A iniciativa da Prefeitura de Pinhais se inspira em experiências bem sucedidas realizadas em outros períodos pandêmicos
A Prefeitura de Pinhais, por meio da parceria entre as Secretarias Municipais de Urbanismo e de Saúde, desenvolve um projeto que contempla o mapeamento do cadastramento da população e distribuição das vacinas contra a Covid-19. A iniciativa se inspira em experiências bem sucedidas realizadas em outros períodos pandêmicos.
Neste procedimento, os munícipes idosos e portadores de comorbidades, definidos como o alvo inicial na distribuição de imunizantes, realizam seu cadastro de solicitação de vacinação. Nele, além de preencher seus dados pessoais, escolhem a forma preferencial para se imunizar: visitação do agente de saúde, deslocamento até o local de vacinação ou sistema drive-thru.
De acordo com a arquiteta e urbanista, diretora do Departamento de Planejamento Urbano, Yoná Lemos Ruthes, essas informações são elaboradas, completadas, corrigidas e mapeadas, visando devolvê-las à Secretaria de Saúde de maneira rápida e prática, separadas de acordo com a área de abrangência de cada Unidade de Saúde da Família do município.
“O objetivo deste projeto é que ninguém venha a ser esquecido ou descartado por falta de informações neste processo. Os maiores desafios estão na interpretação e localização dos endereços não oficiais, como as áreas de ocupação irregular, registros sem ligação com a cartografia que precisam ser criados manualmente, bem como as numerações prediais postas em desacordo com o cadastro municipal”, explica Yoná.
“A partir de cada levantamento diário de dados dos novos cadastros feitos nos formulários de solicitação de vacinas, é necessário rodar diversas linhas de programação para corrigir as grafias e converter os endereços preenchidos em um código de ligação com os pontos de localização de cada endereço válido no município. Para a devolução dos dados à Secretaria de Saúde foi configurado um serviço de Webmap, onde fica visualmente clara a distribuição deste cadastramento sobre o território municipal, ressalta Yoná.
Inspiração
Em 1854, na cidade de Londres ocorreu um histórico controle pandêmico iniciado por John Snow, um epidemiologista que cartografou os poços e bicas d’água, identificando e relacionando-os aos casos de cólera que assolavam a Europa. A pandemia de cólera ceifou mais de 1 milhão de vidas entre os anos de 1846 e 1860 e a experiência de John Snow possibilitou o entendimento e o controle do contágio desta doença.
“Esta forma rudimentar de geoprocessamento, aliando os dados epidêmicos e a cartografia local, mostrou-se uma ferramenta essencial na análise no controle e no enfrentamento de doenças e crises sanitárias. Afinal, observar a distribuição espacial dos casos, por meio de um mapeamento seguro e preciso, possibilita a otimização dos recursos e direciona as ações”, conclui Yoná.
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